sábado, 6 de junho de 2009

Neocolonialismo


Nós da História Dinâmica, escolhemos este vídeo por causa do interessante modo como ele retrata o tema "neocolonialismo" e as consequências da influência econômica das grandes potências sobre os países menos desenvolvidos, que é considerado também como tal. Um exemplo disto é a influência da coca-cola, produto norte americano que é consumido em todo mundo afirmando ainda mais a ideia de "dominação" dos países desenvolvidos sobre os demais.

Herança Colonial

Colonialismo pode ser definido como um conjunto de atitudes políticas, econômicas e militares que visam a tomada de territórios coloniais através da conquista das terras de outros povos. Os séculos XV e XVI foram o período auge do colonialismo. Os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, colonizaram o continente americano. Neste processo, o objetivo principal dos países colonizadores era a exploração de recursos naturais e minerais, como pode ser confirmado com a colonização da América e África: nativos submissos a colonos e sujeitos a exploração e genocídio desenfreado, a sua população transformada em escrava, foi espalhada pelo resto do mundo, como no caso da África.
Conferência de Berlim. Nesta conferência foi determinada a partilha da África, onde França, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Bélgica, Itália, Espanha e outros países fizeram uma divisão do território africano de acordo com seus interesses, sem respeitar a história nem as relações étnicas e mesmo familiares entre os povos do Continente.
Divisões feitas no continente africano.
A exploração descontrolada dos recursos dos territórios ocupados levou a movimentos de resistência dos povos locais e, finalmente à sua independência, num processo denominado descolonização, terminando estes impérios coloniais em meados do século XX. A independência dos Estados Unidos, em 4 de julho de 1776, foi primeira grande ruptura do sistema colonial europeu, tornou-se um modelo para as elites nativas das demais colônias do continente. No Brasil, cujo modelo de exploração colonial era baseado em três critérios: monocultura, latifúndio e escravidão; os pesados impostos, as restrições ao livre comércio e as proibições às atividades industriais acirraram os conflitos entre as elites locais e o poder metropolitano, assim eclodiram as primeiras rebeliões claramente emancipatórias, como a Inconfidência Mineira (1788/1789) e a Conjuração Baiana, ou dos Alfaiates (1798).
No século XIX também ocorreu um intenso processo de colonialismo. França, Inglaterra, Bélgica, Holanda e outros países europeus colonizaram várias regiões da África e da Ásia.
Grã-Bretanha, Alemanha, França, Japão e da Rússia, discutindo a partilha da China.
Atualmente, 16 territórios no mundo são considerados colônias (Anguilla, Bermuda, Gibraltar, Guam, Ilhas Caimão, Ilhas Malvinas, Turks e Caicos, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Virgens Americanas, Montserrat, Nova Caledônia, Pitcairn, Saara Ocidental, Samoa Americana, Santa Helena e Tokelau).
Não existem colônias no sentido político estrito - a última a ganhar a sua independência foi provavelmente o Timor-Leste, em 2002 -, são consideradas às vezes colônias por elementos nacionalistas.
Por outro lado, a entrada das potências industrializadas nos assuntos internos de outros países menos desenvolvidos, tem sido considerado como uma forma de colonização, referida como neocolonialismo. As multinacionais e a influência dos EUA na economia mundial é um exemplo dessa colonização atual, pois a maioria dos países pobres e em desenvolvimento são totalmente dependentes destes, tem-se como exemplo a crise atual que afetou não só os EUA, mas atingiu proporções continentais.
Alguns territórios decidiram democraticamente manter-se ligados à antiga potência colonial, como “territórios ultramarinos”, que possuem autonomia, têm governo próprio e apenas se subordinam à “mãe-pátria” em termos militares e diplomáticos, não podendo, portanto, considerar-se colônias, no sentido político do termo. Exemplos destes territórios são várias ilhas das Caraíbas, como Guadeloupe e Martinica, que são dependências de França, as Antilhas Neerlandesas e Bermudas, dependente da Inglaterra.
Produzida pelo fotógrafo Sharad Haksar a foto alerta para o uso indiscriminado da publicidade às marcas das grandes multinacionais que, num país pobre como a Índia, chega a ser insultuoso.
A herança que estes países, submetidos contra sua vontade a outras, receberam pode ser observada até hoje, como o atraso econômico e consequentemente de desenvolvimento. Pode-se citar como dois grandes exemplos: o Brasil e a África. Aquele, por causa da persistência dos colonizadores em continuar utilizando mão-de-obra escrava enquanto outros países já utilizavam exclusivamente trabalhadores livres, acabou sofrendo grande disparate econômico em relação a outros países; e na África, ainda hoje há conflitos entre povos por causa da má divisão territorial feita pelos colonos, colocando em uma mesma região grupos rivais. O blog História Dinâmica finaliza mais um dos temas com uma frase interessante do escritor Eduardo Galeano, autor de “As Veias Abertas da América Latina”:
A pior das heranças coloniais é a cultura da impotência”.